Mergulho na Comunidade – setembro de 2009

· Tema do mergulho: a Terceira Idade no Jabaquara.
· Quem: Fernanda Rodrigues (coordenadora do CDI Comunidade)
· Estratégias:
Busca de informações na instituição;
Busca de informações na internet;
Levantamento do histórico da comunidade, dados estatísticos, mapeamento da área, quais ações existem.

Mapa da região:

Descrição da comunidade: A população idosa na região do Jabaquara
Segundo o site da prefeitura de São Paulo:
“- o número de idosos na cidade de São Paulo cresceu 16 vezes entre 1940 e 2005 passando de 65 mil para 1 milhão de pessoas;
- os distritos da cidade de São Paulo que mais concentram idosos são Pinheiros, Vila Mariana, Mooca e Lapa;
- a maioria dos idosos em São Paulo são mulheres.”

Ainda que a região do Jabaquara não apareça entre os distritos com o maior número de idosos da cidade, percebe-se o aumento de organizações e serviços públicos voltados para essa população durante os últimos 3 anos.
Além das instituições do Centro de Esportes Cultura e Lazer (AEB, MAMÃE e CIC) e do Clube da Vila Guarani, os postos de saúde da região também desenvolvem trabalhos com a Terceira Idade. Percebe-se, porém, que essas atividades, em sua maioria, são voltadas para a prática esportiva e/ou artesanal.
São nesses centros que a população idosa passa a maior parte do seu tempo, convivendo intergeracionalmente com outros educandos.

Descrição das atividades econômicas:
Percebemos que a maior parte dos idosos procura fazer aulas de artesanato para ter um meio de complementar sua renda. Ainda assim, eles procuram conciliar outras atividades para “passar o tempo”.

Descrição dos marcos legais (Quais legislações e benefícios afetam nossa região?!):
estatuto do idoso; bilhete único, vacinação (contra a gripe).

Trabalho desenvolvido na AEB Imigrantes com a Terceira Idade:
O pólo Imigrantes da AEB desenvolve atividades artesanais e culturais com o público idoso. Desde 2004 abriu espaço para a terceira idade nas aulas de informática básica e cidadania. Dos espaços que trabalham com a tecnologia na região, o CDI Comunidade AEB Imigrantes é o único que desenvolve este tipo de trabalho, já que os demais focam no desenvolvimento profissionalizante e o idoso não se enquadra na faixa etária do mercado de trabalho. Ao longo dos anos, percebemos o aumento da procura deste publico para o curso de informática básica.

Quais as coisas boas desta comunidade?
Os idosos são muito dispostos a aprenderem e gostam de se sentirem úteis. Muitos deles fazem trabalhos voluntários e por isso conhecem muitas pessoas. Estes contatos podem ser úteis ao desenvolver uma ação e para divulgar o trabalho do CDI Comunidade.

Quais as dificuldades desta comunidade?
A população idosa do Jabaquara não é politicamente ativa. Não há um fórum regional e, caso algum idoso queira participar de um espaço como esse, ele tem que se dirigir ao Fórum Regional do Idoso, em Santo Amaro.
Outra dificuldade é a desigualdade social que há na região: enquanto parte dos idosos tem recursos (financeiros, moradia etc.), a outra parte não conta com esses recursos.

Como a comunidade enxerga a instituição? Por termos sido a primeira instituição a desenvolver trabalho social no Centro de Esportes Cultura e Lazer, as pessoas que vivem no Jabaquara (idosos ou não) ainda confundem as outras instituições que se instalaram posteriormente no CECL, chamando-as de “AEB”. Por outro lado, somos referencia no trabalho que desenvolvemos.

Impressões gerais e livres:
Optei por fazer o mergulho com a estratégia de buscas de informações na instituição/internet, porque todas as experiências anteriores que tive foram de Mergulho in loco. Também quis fazer o mergulho investigando a comunidade formada pela Terceira Idade, já que este tem sido o público que mais tem nos procurado.
Acredito que este mergulho foi mais difícil que os demais, porque a nem todos os dados estavam sistematizados e muitos deles precisaram ser interpretados, para então serem registrados por meio da escrita. Percebi que há muita informação para a Terceira Idade na internet, porém o nº de informações sobre a Terceira Idade é menor. E isso reforçou a importância de se ter espaços de Inclusão Digital para os idosos (quanto mais incluídos eles forem, mais acesso à informação que lhes são destinadas eles terão. Ao mesmo tempo em que poderão produzir seus próprios materiais).
Acho que este mergulho resgatou alguns pontos importantes para o desenvolvimento das próximas turmas (desde possíveis parceiros – como os postos de saúde, por exemplo – até possíveis ações: criação de um núcleo de mídia comunitária da terceira idade; etc.)
O que eu, particularmente, gosto no trabalho do mergulho é o fato de que ele nos abre os olhos para os caminhos que podemos seguir.